Trabalho promovido pelo professor de educação física Sr. Igor
Smaniotto, teve por objetivos apresentar e interagir com os alunos das turmas
do 4º e 5º ano escolar o “Rope Skipping” que é
uma atividade física que tem por base o aproveitamento desportivo de um gesto
ancestral: Saltar à Corda, utilizando uma diversidade de saltos, acrobacias e
manejos de corda bem como infinitas combinações de habilidades e possibilidade
de sincronismo entre os saltadores e a música.
Fundamentação
Teórica do trabalho do professor:
Rope
Skipping: Uma experiência com alunos do 4º e 5º ano
do ensino fundamental 1 da escola Reinaldo Weingartner
Professor Igor Smaniotto –
Educação Física
O
Início
Através de pesquisas e estudos
sobre conteúdos da Educação Física, encontrei um esporte pouco conhecido e
praticado no Brasil. O Rope Skipping me chamou atenção por três motivos. O
primeiro, a nostalgia da corda, que fez parte da minha infância e me
proporcionou diversas práticas corporais ricas e prazerosas. O segundo motivo,
seu aspecto competivito-coletivo. Nesta modalidade os participantes devem
formar equipes para participar das competições oficiais, entretanto o foco foi
a superação pessoal de cada aluno a conseguir realizar os saltos na corda
dupla. Por fim, o terceiro motivo, foi a
facilidade de relacionar o Rope
Skipping com a ginástica (conteúdo trabalhado anteriormente no primeiro
bimestre), através dos saltos e na manipulação de implementos, neste caso a
corda.
O
equilíbrio do esporte e o prazer
Mesmo sendo um dos conteúdos
importantes no contexto das diretrizes escolares, a ginástica em si, poderia
estar mais presente no âmbito escolar. A falta de informações, aparelhos com
auto valor, espaços inadequados, e até mesmo pela esportivização da educação
física, faz com que a ginástica não tenha tanto espaço em salas de aula. Surge
assim o enriquecimento da ginástica geral, onde agrega diversas manifestações
gímnicas e outros componentes da cultura corporal, que não tem característica
principal a
competição.
Com o caráter competitivo do
esporte, o lúdico vem sendo esquecido com o passar do tempo. Porém, percebeu-se
a necessidade de resgatar a ludicidade no esporte, principalmente para torná-lo
mais educativo.
É válido nesse momento uma
definição sobre ludicidade. Segundo Prado (1991, p.78), lúdico é uma categoria
adjetivadora da atividade construída socialmente e de forma diferenciada em
cada cultura. È um conjunto complexo de elementos especificamente humanos que
cria espaço de jogo entre o real e o imaginário, sendo que sua natureza se
transforma conforme a cultura, a história e as condições objetivas em que o
indivíduo e o grupo se inserem.
Nesse entendimento, Oliveira
(2005, p.200) acredita que com o resgate do lúdico no esporte da escola,
transformaria “o compromisso com a vitória em compromisso com a alegria e o
prazer”. Acredita também no aprofundamento da relação “esporte-ludicidade”.
Experiência
nova para todos
Para a introdução do esporte Rope
Skipping, realizamos uma seção de cinema com o filme “Jump in!” que aborda o
esporte, nos mostra seus movimentos básicos e como as competições são
realizadas. Por ser um filme interessante e trazer um conteúdo específico da
matéria, escolhi para gerar curiosidade e interesse na modalidade.
Na segunda semana realizamos os
primeiros educativos para a iniciação do esporte. A iniciação esportiva para o
Rope Skipping, não possui vasta quantidade de material, nem educativos
disponíveis como as modalidades já consagradas possuem. Pensando em formas de
introduzir de maneira progressiva e mais fácil possível, inventei algumas
atividades e formas de pular para não desanimar os alunos por conta da
dificuldade.
Os primeiros contatos foram
sempre com uma corda, pois para pular a corda dupla, mais conhecida
oficialmente por “Double Ducth”, era preciso pular apenas com uma corda,
realizando alguns movimentos que ajudariam posteriormente na execução dos
saltos na corda dupla.
Aproximadamente na terceira
semana começamos a pular com duas cordas. Os alunos pareciam ansiosos e com um
pouco de medo deste desafio, mas ao mesmo tempo muitos se mostraram empolgados
com a ideia. Tive inclusive relatos de irmãs que treinaram em casa a corda
dupla.
Adversidades
e desafios
Algo estava nos atrapalhando, as
cordas que estávamos utilizando não eram as mesmas utilizadas na modalidade
esportiva de corda, seu material era diferente, o que estava prejudicando nosso
desempenho.
Através de contatos de
integrantes do grupo de Rope Skipping aqui do Brasil, chamado “Pé de Mola” que
é se não o único, um dos únicos grupos da modalidade, consegui trocar
informações de como realizar a confecção de uma corda que iria melhorar nossa
prática. A corda foi confeccionada pelos alunos, e eu realizava as partes mais
complexas, cada aluno fez pelo menos um “rolinho” para a corda, sendo que
usamos em torno de 200 “rolinhos”.
Na quarta semana, após a
confecção e transmissão de conteúdos sobre o assunto, finalmente a corda ficou
pronta e realizamos a prática para testá-la. Ela se mostrou melhor que as
outras cordas, mas acredito que cordas oficiais seriam ainda melhores. Agora o
tempo fará os alunos se adaptarem com a corda, os saltos e o tempo certo para
realizar os pulos e entradas.
Acredito que modalidades pouco
exploradas trazem conhecimentos diversos, que dão bagagem aos alunos, sendo que
eles já conhecem os mais famosos, como futebol, vôlei e etc. Com certeza os
alunos levam um novo conhecimento de um esporte que poucas pessoas conhecem.
Espero que possam levar esse conhecimento para a vida e em suas práticas do dia
a dia.
OLIVEIRA, Sávio de Assis.
Reinventando o esporte: possibilidades da prática pedagógica. 2ª ed – Campinas,
SP: Autores Associados, 2005.
PRADO, M. M. R do. Descobrindo o
lúdico: a vivência infantil na sociedade moderna. Campinas, 1991. Dissertação
(Mestrado em Educação) – Universidade Estadual Campinas.